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DOMINGO

17-09-2011 17:43

 

Socorro de Figueiredo

 

Como me sinto feliz quando compartilho este dia, com meu amigo Franklin Jorge, conversamos, trabalhamos, comemos, viajamos e vivemos.

Nossa conversa é sobre pessoas que conhecemos,

seus problemas, suas dores suas alegrias e peculiaridades; outras são conhecidas só pôr ele ou só pôr mim. Mas sentimos que ao falarmos delas, através delas e das suas idissiocrasias e tudo mais é de nós que estamos falando na realidade. Conversamos sobre arte ai nos esquecemos do que nos aflige. Embarcamos de corpo e alma nos textos, nos romances, nos personagens, nas pinturas, nas peças, indo além na busca que foi empreendida pelo artista na sua riqueza interior, nos seus conflitos e nas suas contradições.

Com Franklin, aprofundo-me na grandeza e na pequenez da nossa condição humana.

Trabalhamos na correção do seu livro, o do momento. Paramos par rir, para analisar sob os mais diversos aspectos cada um dos entrevistados.

Sinto-me forte, me sinto feliz pelo prazer de ver este livro, com o autor, dissecá-lo e até sugerir mudanças na construção, eu que não sou uma escritora. Ele confia no meu julgamento, incentiva-me e cobrando-me o exercício da escrita. Paramos cansados e felizes. Partiremos para o prazer da degustação, tomamos uns drinques acompanhados de pequenos acepipes, sinto a alegria e o prazer de Franklin em prepará-los e a sua ansiedade de minha aprovação. Preguiçosamente e prazerosamente degustá-los e aprecio o ir e vir de Franklin. Não quero ver o que ele está criando, pois quero curtir, usufruir a supresa do sabor; do cheiro, das cores, da beleza do que ele prepara. Pomos a mesa. Conversamos, sinto que neste momento estamos absolutamente feliz, completos, cheio, plenos. Vamos comungar um momento de criação, é o supremo deleite da arte de cozinhar. Almoçamos frango defumado ao molho de maçãs verde. Depois... Um café temperado com especiarias, enriquecidos pôr um bom licor.

 

Hora de nos estirarmos, jiboiarmos, vamos para sua cama, emoldurada pôr livros, continuamos nossa conversa, languidamente escuto-o lendo Luisa Mercedes Lewinson, a argentina que ele idolatra, interrompo-o, faço alguma colocação , concordo, discordo, sinto que vivo um momento de perfeição, plena cheia de graça, hora de partir. Começo a sentir o prazer do próximo domingo, que necessariamente não será o próximo.  Plena cheia de graça, hora de partir. Começo a sentir o prazer do próximo domingo, que necessariamente não será o próximo. 

 

 

 

COMEMORAÇÃO

16-09-2011 13:57

 

COMEMORAÇÃO

Socorro de Figueiredo                          

 

 

É imensa a alegria de tê-los aqui reunidos para comemoramos os sessenta e nove anos de mamãe. A razão de suas presenças são os laços de sangue, de conterraneidade,da amizade e do bem querer.

Aqui presente nas filhas e netos representa os que lhe antecederam e os que lhe sucederão na sua trajetória de mulher serrana do alto oeste do nosso Estado. Não poderíamos deixar de evocar Zé Procópio, Regina e Malcô cordas pungentes e felizes  das nossas vidas. Chico Patrício seu eterno apaixonado, homem gentil por excelência nosso amado papai. Saúdo tio João e Cora representante da velha guarda do clã dos Patrícios de Alexandria, primos primas queridos, amigos de Luis Gomes RN, com quem dividimos momentos de emoção e alegria. Dona Guiomar vizinha amiga e pródiga, seus filhos companheiros de indescritíveis momentos de prazer e cumplicidade, Dona Chiquita, representando os Torquato, os Zéu, os Pachoal, aas Anesios, os amigos que fizemos em Natal que compõem esta maravilhosa colcha de retalho que é vida.

 

Agora lerei escrito por Patrícia Regina sua filha casula a estória de Terezita.

_ A estória desta festa começou a sessenta e nove anos quando numa véspera de São João nasceu, Terezinha Zélia de Jesus, primeira filha das segundas núpcias de Regina Fonseca e José Francisco de Brito, bebê prematuro de sete meses, no então frio de Luis Gomes, devido ao diminutivo tamanho e para manteira-na quentinha foi colocada numa caixa de sapato e aquecida com algodão, virou a atração da cidade, conduzida de casa em casa para desespero da sua mãe. Posteriormente juntaram-se a família suas duas irmãs Rita de Cássia na véspera da festa de Santana e Ana Emerique, chamada de Maicô na véspera de Natal.

 

Tereza para as irmãs era moçoila alegre e prendada , arrumava as noivas dos sítios cavando assim convites para arrasta=pés onde dançava até a madrugada,em mil novecentos e quarenta e sete chegou a Luis Gomes um agente fiscal (guarda) oriundo de Alexandria, rapaz de vinte oito anos, para muito já casado. Ao entrar em uma casa de comércio para comprar um vestido para Terezita (de Chico Pachaol) Dona Regina interrogou o forasteiro, hábito seguido por filhas e netos sabendo-o o solteiro prognosticou-lhe um breve casamento.

Tereza de Zé Procópio, aos dezoito anos   já havia recusado alguns pretendentes ,daí se escondendo na casa de uma amiga e de outro recusou uma proposta porque ele queria enviá-la para estudar na Escola Domestica.

Chico Patrício lançou-lhe olhares seguidos e estando entre suas amigas estratégia inequívoca lanço-lhe a isca, dezoito anos, quarenta e seis quilos, cabelos na moda, maquiagem discreta que realçava-lhe os bonitos lábios e o lindo nariz fisgando-o para sempre.

Em mil novecentos e quarenta e oito viraria Terezita de Chico Patrício, queria cazar-se sim num vestido branco chiquíssimo    mas não lhe permitiram as finanças , inovou um vestido rosa . Ora onde já se viu ? Padre Miguel não permitiu (noiva casa-se de branco e mangas compridas). Aceitou a imposição , mas inovou outra vez, o vestido era branco com mangas compridas , mas curto, a altura dos joelhos.

Na comemoração onde o primo Alvibar aos dois anos, de palito de borracha pedia a todos uma tassacinha , usou um lindo vestido rosa .

Anos passados, (nove gestação), seis filhos, muitos quilos a mais, abraçou a família Patrício, algumas desavenças, muitas alegrias, a presença marcante dos irmãos virou unanimidade,  sua vida é um livro aberto, para os sobrinhos do marido, nunca  foi Tia Terezita , mas sim Tetê de ¨Ti- Chico Tetê para o amado marido não era fácil não, fazia tudo que queria mesmo nas danações ele a apoiava o que as vezes causava ciúmes a esposa de maridos menos zelosos .

 

Homem sem vaidade não era muito ligado as datas, pouco afeito a comemorações , nunca deixou de celebrar aniversario da esposa com uma linda fogueira, homem sábio acarinhava a mulher pela boca demonstrava seu amor com fartura .

Preferências  declarada, mamãe foi sempre jogo aberto , gosta gosta não disfarça, boa boca , garfo de ouro na definição de Leonardo Carvalho adora festança  vamos a ela com sabores odores, que nos inebriam comer e beber.

 

PAULINHO DA VIOLA

15-09-2011 16:47

 

SOCORRO DE FIGUEIREDO

LANÇAMENTO DO SANTANA 2000 em Natal, entre os convidados . Meus amigos paulistas Valdir e Arlete Lydarte.

Troquei o Passat, pelo bugre do meu cunhado Gilton e tendo meu primo Alvibar como pilotos enveredaram em busca do litoral norte. As dunas eram o limite. Alvibar, além de excepcional anestesista, era o melhor buguiero jamais imaginado.

Adrenalina a mil. Genipabu , seu mar, suas dunas a lagoa que eu conhecia tão bem revelavam novas encantos.

Chegamos à lagoa de Pitangui, para alguns Gravando, cenário lindo, semi-selvagem, as barracas rústicas, tinham seus brancos dentro d água. Além do frescor,víamos os micros peixinhos que nos saudavam com suaves mordidas.

Num relance vejo meu amigo jornalista plubicitario Alex Medeiros, fui abraçá-lo, ele me diz encontrá-la aqui foi tudo e chama alguém que toma banho. Para minha supresa Paulinho da Viola. Paulinho esta é Socorro de Figueiredo atriz do Rio Grande do Norte, é a pessoa que pode lhe responder e esclarecer sua curiosidade sobre as artes cênicas do Estado. Emocionante poder ver como simples mortal, aquele que tanto preenche nossa alma com sua música. Belo espécime masculino energia vibrante como sempre, é a dos grandes. Simplicidade absoluta.

Conversamos sobre o que ele queria saber. Contou-nos ele, que a sua afinidade com Rio Grande do Norte, se deve não somente a simpatia, mas pelo fato de uma das suas avós paternas ser do Vale do Ceará Mirim.

Meu Deus que dentes lindos, que sorriso cativante, em tudo a sensibilidade da raça negra!

Temos que nos despedir, ele precisa voltar aos braços da mulher que o acompanha e eu para meu primo e amigos que estavam pasmos por estar conversando com o astro contratado pela Volkswagem.

A lagoa neste dia teve um brilho especial. Eram duas luzes de mesma grandeza.

Prosseguimos até o vale de Punaú. O cenário cada vez mais especial e na minha mente e coração ecoava "foi um rio que passou em minha vida..."

  

 

VIDA

14-09-2011 12:01

SOCORRO DE FIGUEIREDO

No vai vem e volta da vida , o homem perde-se e acho-se neste turbilhão. Século XX , velocidade máxima,violência das violências.

O planeta geme e é regado pelo sangue dos homens que o destroem .

A lado disso com a mesma velocidade avança nos conhecimentos, na pesquisa, na ciência , nas artes.

Tudo é destruído, tudo é reconstruído ,o acesso a informação igualha as diferenças, ledo engano, a miséria continua....

Convivemos com um avanço tecnológico sem precedentes  e vemos morrer bens naturais.

Este homem para quem nos mais variados crenças dizem, foi criado este paraíso é o responsável pela sua destruição.

O consumo desenfreado gera uma coisa terrível e também tão destruidora, o lixo.

Acabaram os monturos para onde iam o resto, do resto, dos restos. Todavia dele ainda se tiravam cacos de garrafas, alguns papéis que se transformavam em jóias na confecção e fantasias das crianças.

Acabou-se, sim acabou-se o respeito pela tradição. Necessário reconsiderar valores, situações, amor por si, pelo outro, pelo planeta. Séc.XXI  acorde!!!!.

11/05/2003.   

CORA

13-09-2011 16:47

 

OITENTA ANOS DE CORA VIEIRA DE FIGUEIREDO

Socorro de Figueiredo.

 

Estou feliz pôr estar aqui entre parentes e amigos, comemorando os oitenta anos de Cora, que pelo menos conheço e convivo há quase cinqüenta e três anos. É uma viagem que me reporta a pessoas que aqui estão presentes quer  fisicamente ou não . Com ela sempre tive uma relação de carinho muito especial, entre as mulheres que esposaram os Patrícios de Alexandria, pelo fato de como eu ter origens Luisgomenses.

Hoje com a maturidade de que somos possuidoras, as crianças daquele tempo penso sem nenhuma pretensão a  não ser a do amor saudar e agradecer a Cora pelo que ela representa para cada um de nós ao longo desta vida.

 Dizia vovó Regina , conforme recordei hoje com minha irmã Graciete que ¨saudade é pra ser sentida, não se sente falta do não que foi bom ¨  , eu estou com saudades do tempo em convivíamos  sob a proteção e o calor de nossos pais de nove zelosos tios , sei que alguns momentos não foram fáceis, afinal não é brincadeira pertencer  a uma constelação tão singular quanto a dos Patrício, tendo cada uma que contar além do marido ou mulher com nove cunhados (as) nos calcanhares, e tios que entre si requisitavam nossos qualidades, inteligência , etc. e tal como herança genética perfeita, pois os defeitos pertenciam aos que se agregavam ao clã , como Cora Terezita, Socorro, Maria do Carmo, Irene, Chico Justino, Zezinho, Alípio e Vavá .

Busco a casa de cada um deles; casas simples, mas cheias de vida e alegria.  A casa de Cora , sempre  digo pelo menos para mim a mais liberal no   quesito brincadeira, não me lembro de nenhuma proibição nas diversas casas que moraram em Alexandria, cada uma cheia  de encanto para nossa brincadeiras. Uma delas consistia em subir , pelas portas para meia parede dos quartos , de lá para cima do guarda-roupa e deste o pulo fatal para a cama, esconde - esconde , chicote queimado, galinhas que eram embaladas em panos de prato na velha tamarineira . Durante esta farra sem fim estava Cora , cozinhando , costurando, botando uma criança para dormir, enquanto o mundo desabava, cantava uma marcha de carnaval que dizia  ¨se a canoa não virar, olé, olé, olá eu chego lá

Chegou , é uma  mulher vitoriosa , amada pelos seus filhos e netos, também pelos sobrinhos do seu marido que adotou no seu coração como os seus de sangue. Cora mulher simples e valorosa, dentre nós a que mais contabilizou perdas. Não queremos ficar tristes. Neste momento tão belo dos seus oitenta anos , mas como não trazer para aqui nossas lembranças de FAFA que se foi e que permanece na minha memória Mossoroense porque com Cora passou lá na nossa casa do Alto de São Manoel para Natal , em busca de cura para sua doença incurável na época, leucemia. Sueli que se foi dormindo com meses, Chiquinho cuja partida comoveu a nós e a cidade inteira e por último nosso amado Beuzinho, pois bem com tudo Isto e  com TODOS eles estamos aqui , felizes para celebrar a vida , nesta comemoração tão especial e tão cheia de  significado. Ao longo dos anos as mudanças de casa em Alexandria, e depois de um carnaval numa quarta-feira de cinzas, camioneta Ford de Chico Justino atopetada de trouxas ,adolescentes e crianças a partida para Natal.chorávamos copiosamente os familiares e a vizinhança .

 Agora tínhamos um tio na capital, mais uma vez desfrutaríamos sua hospitalidade .

 Sempre havia hóspedes em nossas casas, alguns pulando de uma casa para outra, gente amiga de Alexandria , Tenente Ananias, Luis Gomes, Mossoró, Natal e do Seridó.

 Era sempre uma festa, em Natal, a casa da Mossoró, a da ladeira João da Mata que dava para a casa do estudante , o castelo da Floriano Peixoto , ponto de convergência de todos nós,  lugar de vida , alegria e fofocas familiares, namoros da turma que não era pequena nem fácil  e que se adaptava naturalmente a vida na capital cheios de saúde e juventude .

 Nesta casa compreendi quando voltamos do sepultamento de vovó Nozinha, pelo menos para nós filhos de Seu  Chico e Terezita tão querida e tão  amada quanto vovó Regina ;  pois bem para meu estupor vejo Lelete trocar de roupa, se despedir de Cora e ir para o ATHERNEU. O tempo do luto  mudara. Mais  uma tradição era rompida neste ciclo de vida e morte.

 Cora sai para São Paulo aos sessenta e seis anos acometida de um aneurisma,a companhada de seu filho Joãozinho. Nosso coração ficou uma peinha de nada. Deus permitiu que Cora ficasse boa e, aqui ela está plena e cheia da graças  que é concedida aos justos. Com seu sorriso meio que contido e o seu olhar que transcende esta dimensão , pois nele está expresso o registro do que foi , do que é e do que será. Obrigada Cora pelo que você representa para cada um de nós que tivemos o privilégio e a alegria da sua companhia, grata pôr ter sido um pilar tão sólido para nossa família , os descendentes de Zé Patrício da Palma e Joaquina da Salamandra.

SOCORRINHO.

PARA ZUCA PATRICIO

12-09-2011 10:23

 

PARA ZUCA PATRÍCIO

                                   Não quero falar do homem público, do cidadão, do advogado, Patrício Neto . Quero falar de tio Zuca e para falar nele é necessário que se fale do povo que se originou de Zé Patrício da Palma e de Joaquina da Salamandra povo este que a semelhança das Tribos de Judá se distribuiu no:

POVO DE NILA
POVO DE ELISA
POVO DE ELITA
POVO DE ZUCA
POVO DE SEU CHICO
POVO DE LETICIO
POVO DE JOÃO
POVO DE EVARISTO
POVO DE ALICE
LURDINHA

Hoje , quando lhe homenageamos na sua última partida, na maioria somos ramificações , porque do tronco e dos ramos somente três João , Evaristo e Lurdinha  podem aos nossos ouvidos dizer presente. vocês que tiveram o privilégio e a alegria de partilharem um convívio de sessenta  anos, de amizade e união . absolutamente fiéis  , mesmo diante das circunstancias e entraves proporcionados pela vida . formaram uma corrente forte de elos inquebrantáveis e somente a morte pôde isolá-los fisicamente , e neste momento, de forma que lhe foi permitido, vocês já se encontraram espero que você tenha dito a tia Alice , ti Chico, - meu pai- tia Nila , tia Elisa, ti Letício ¨nosso Titiço¨, tia Elita tão recente, que como eles , você,  já povoa apenas como lembrança e como saudade nossos corações . Tio você foi nosso Dom Quixote , só que com 09 Sanchos Panças que o idolatravam , seus irmãos. Através deles lhe absorvemos e como deles também você passou a ser o nosso sol , nos aquecendo e nos iluminando. Também somos pequenos ¨sóis¨ e congregamos com alegria e prazer a ¨constelação dos PATRICIOS de ALEXANDRIA.¨ Uma constelação peculiar excêntrica e diria até singular na  forma de encarar a vida com suas alegrias e tristezas ; já digo, que saudades dos seu sorriso querido, quando nos via , nos inquiria nas confidenciava, brincava. Obrigada pela sua batalha que foi a de manter unido, fiel e solidário o seu povo, que somos nós .Sua palavra sempre era a última e decisiva para os seus familiares . Que tenhamos a graça, de mediante sua inspiração mantermos  unida a nossa constelação.

Parte o chefe destes clãs , o nosso chefe. Permanece no entanto repleto inteiro no coração de cada um de nós.

Busquei ontem as recordações mais distantes da sua presença e todas foram gratificantes  maravilhosas, gostosas e são tantas! A cidade , a sua cidade se apresentou hoje suavemente triste com sua partida, não queria lhe ver sofrer preferia o seu encantamento, para tê-lo inteiro no coração.

A hã  tio,  não poderia deixar de lhe dizer hoje 1desessete  de agosto , parabéns querido,  porque você hoje já está no seu primeiro dia de sua nova vida!

                             Nós lhe amamos.

                             Socorro de Figueiredo

                              Alexandria, 17 de Agosto de  1996.

ZECA BALEIRO

12-09-2011 10:22

 

PARA ZECA BALEIRO.

Zeca,

Emoção não tem idade; e você bichinho, com certeza mexeu com a minha. FLOR DA PELE, arrepia, quem nunca se sentiu assim?  E prá judiar mais, homenageando VAPOR BARATO, que beleza as interpretações no seu CD, e no de Gal, quem de nós, não teve que seguir adiante, largando uma obsessão? Depois, não é só isso, PEDRA DE RESPONSA, que é o espírito da ilha, enfim delírio. Sua interpretação de ESSAS EMOÇÕES faz com que a gente queira voltar ao MARANHÃO.  Só quem não viu o BOI de AXIXÁ, só quem não banhou nas águas de lá é que não consegue balançar. Eu tive essa alegria, essa honra, tenho certeza que a terra dos GUAJAJARAS e CANELAS vão estourar sua musicalidade BRASIL afora!  Mas prazer redobrado é vê-lo no palco, que coisa gostosa você passa, que sensação de brincadeira, você como bom Brasileiro humaniza a tragédia, você é uma das melhores leituras musicais desta década e com certeza arrasará no milênio sou sua fã de 48 anos Socorro de Figueiredo.

Feita após sua primeira apresentação no seis meias de mil novecentos e noventa e oito. Desde então escuto.

O ANJO DA FAMILIA

12-09-2011 10:21

 

O ANJO DA FAMÍLIA

SOCORRO DE FIGUEIREDO

Atriz e funcionária  pública aposentada

    Com o encantamento de D.Ivone Lira Alves  me veio à lembrança dois momentos distintos, relacionados a sua vida: um deles , vivenciado, e o outro lido por mim no melhor livro que há sobre a cidade do Natal , o livro de Franklin Jorge ¨O spleen de Natal ¨(segunda Edição revista e ampliada Edfurn , 2002 ) , num relato pungente de Dona Maria Raimundo de Carvalho, do qual extrai o titulo desta singela homenagem a uma mulher admirável.

     No episódio presenciado, comemorávamos no antigo Aero Clube a vitória de Garibaldi Alves Filho, eleito prefeito de Natal, promovida pelo instituto Varela Barca, que englobava as lutas democráticas da época. De repente , acompanhada por amigos , eis que entra ruidosamente no recinto Dona Ivone.

    Chocada e tomada de admiração por aquela mulher, logo percebi que ela tinha luz própria. Nunca mais deixei de acompanhá-la , quando possível  episódios esporádicos e  mais através de informações orais e escritas, como esse depoimento de Dona Maria Raimunda, que continua surpreendendo-me. Querida e reverenciada por todos os que tiveram a graça e a necessidade de se aproximar dela , a família e os amigos sabem o que falar de Dona Ivone Lira Alves. De mim , que a  conheci  pouco a mais viva admiração  por sua simplicidade e humanidade.

À sua memória consagrou-lhe esses entardecer de 3 de outubro, em  Nova Emaús ,  Parnamirim. Que a sua Luz tenha sido o facho condutor do seu espírito para Deus.

 

 

JORNAL MENSAGEIRO  POTIGUAR

SETEMBRO DE /2004. 

É HOJE OU NUNCA

12-09-2011 10:20

 

É HOJE OU NUNCA!

Não tem mais desculpa adiamento e conversa, DODORA a troncos e barrancos monta um blog para mim, e eu tenho que escrever... Começar o meu exercício da escrita da memória e lá vai; primeiro me adaptar ao que venho relutando ao longo dos anos o computador  e a possibilidade de  mil  e uma peripécias que ele oportuniza, eita mundo de meu Deus!

Nasci no ano nove dos anos  quarenta do  século passado , no alto Oeste do Rio Grande do Norte, precisamente na tromba do elefante –forma do nosso mapa - numa cidade que distava noventa léguas da capital, que tinha dois heróis de guerra . Sipaúba preto, alto, magro, nervoso, escapara da guerra do Paraguai e o soldado da policia militar Félix ainda na ativa e morto no confronto FONTES e NUNES entre a praça e o mercado publico nos idos de cincoenta;  ironia do destino ,escapar do front italiano da segunda guerra mundial e morrer num tiroteio na sua terra. ...

Meu pai Francisco Patrício Figueiredo viera a Luis Gomes substituir Julio Germano da Silveira que trabalhava no fisco. Tinha vinte sete anos bonito, solteiro, de boa família da cidade de Alexandria, distante seis léguas, enamorou-se de mamãe a bela serrana de dezessete anos. Contou-lhe que pedira a Deus, que lhe revela se em sonho a mulher com quem casaria e havia sonhado que ela se chamaria Terezinha Gomes. Mamãe se chamava Terezinha Zélia de Jesus ele deduziu que o nome sonhado se referia a própria com o nome pessoal e da sua cidade. Cazaram-se nos festejos de Sra. Santana  nossa excelsa padroeira de mil novecentos e quarenta e oito pelo Padre Miguel Guimarães Nunes ao lado de outros casais .  Mamãe que não tinha condições de um vestido rico inovou vestindo manga três  quarto e na metade da perna. Papai de pé a ponta de branco, mesma cor que Patrício Filho usaria no seu casamento com Gema. A mãe da noiva vovó Regina em casa, sentada numa rede branca, esperava   a filha para a benção   . Vovô Procópio, comprou um saco de laranjas que junto com o almoço deleitaram os convivas. O meio de transporte usado para a mudança da noiva e vinda e ida dos familiares do noivo foi carroceria de caminhão.

Moraram em Alexandria e, depois em Tenente Ananias na época Ipoeira. Quando se aproximou o meu nascimento,  papai resolveu que eu nasceria em Luis Gomes, pela proximidade de Uiraúna PB onde residia o médico amigo Osvaldo Cascudo. Para isso alugou a casa que pertencera a Maria Augusta, irmã de madrinha Nanú,  filhas  de tio Joca e Mariinha  , que no auge da sua beleza fora ceifada por uma tuberculose.

Nasci às onze horas, terça feira do dia vinte de setembro de mil novecentos e quarenta e nove. Parto normal, assistido pela parteira Maria Ferreira Mamãe teve um resguardo de quarenta dias a base galinha parida_

RECEITA

Uma galinha caipira
Sal
Pimenta do reino
Urucum
Alho
Uma folha de louro verde ou seca
Cebola
Tomate
Pimentão
Coentro e cebolinha


Modo de fazer

Lave a galinha cortada nas juntas, tempere-a com temperos secos socados no pilão esfregue bem e ponha para refogar com celola tomate e pimentão. Acrescente bastante água e deixe a galinha cozinhar em fogo lento.

Quando cozida acrescente o coentro e a cebolinha.

ARROZ

Lave e escorra o arroz.  Ponha  para cozinhar com água e sal , acrescente o caldo da galinha quando estiver pré-cozido; caldo suficiente para o cozimento total.

Pirão

Ponha o caldo da galinha para ferver e vá acrescentando a farinha e mexendo para não embolar.

Serve-se quente,  fazendo-se covinha no pirão com a colher e preenchendo-as com a gordura da galinha. Refaço sempre essa receita  para deleite dos   meus começais. Mas infelizmente eliminando toda gordura. Maldito Colesterol!_aos cuidados de mãe Elvira mulher

de Manoel Florentino de Andrade, o querido Poeta, pais de Rivadalva Florentino de Andrade, que partilha  nossas alegrias e tristeza desde que veio com igual fim cuidar de mamãe e Regina a quase meio século quando morávamos em Mossoró  pela segunda vez.

Meu enxoval, cueiros, toucas, camisinhas, sapatinhos, casaquinhos de tricô e bordados com primor e zelo, e para completar uma rede ¨frocada¨ de rozinhas cor de rosa, entrincheiradas de três e três dedos bordada por tia Cássia.

A roupa defumada com alfazema distribuía o seu cheiro pela casa.

Defumação

Uma colher de sopa de alfazema seca
Uma colher de chá de açúcar
Uma vasilha pequena com brasa a quem se adiciona a alfazema e o açúcar.
 Cubra com um balaio e estenda sobre ele a roupa a ser defumada.

A visita servia-se de café e licor de jenipapo,  feito por papai que trabalhara numa fabrica de bebidas em Alexandria e Campina Grande PB.

Não nasci bonita, para desgosto de mamãe e, mas ainda de tia Cássia que me descreveu assim: Cabeluda, duas boticas de olhos, dois buracos de venta, boca de légua e meia, rosto de bola enfim bicho feroz.

O nome seria uma artimanha de mamãe, que com medo de papai querer homenagear Joaquina sua mãe que morrera em abril do mesmo ano inventou uma promessa com Nossa Senhora do Perpetuo Socorro.

Meu pai inquirido por mim muito anos passados, me disse que ao contrário de todos me achou linda.

Fui registrada por ele que para minha supresa não atentou para o fato que na  minha filiação foi grafado o nome de mamãe Terezita, como era chamada na sua cidade e pela maioria das pessoas no decorrer de sua vida hoje oitenta e dois anos. Este fato se repetiria em mil novecentos e cinqüenta e dois em Alexandria no registro de Graciete.

Quando mamãe regressou para Tenente Ananias, conforme me foi relatado por minha amiga D.Ana Fernandes_ Ana de Zéu- que incidentalmente vira da janela o seguinte quadro Zé Procópio a cavalo com uma tipóia no braço e um guarda chuva para proteger do sol carregava  a primeira neta. Mamãe com uma roupa de amazona feita por  sua cunhada Eliza, viajava de silhão.

Fui batizada em Tenente Ananias, pelo padre Herisberto alemão da congregação da   sagrada  família,  pároco de Alexandria  de quem  Ipoeira era distrito e capela. Meus padrinhos foram DEODATO e CHIQUINHA proprietários das terras do Fidalgo e que haviam cedido sua casa em Alexandria para o então jovem casal,  foram representados pelo casal Dr. Vieira e Inês que era minha madrinha de consagração,  para me apresentar tia Cássia . Nesta época a criança ficava nos braços da madrinha de apresentação, segundo tia Cássia a roda do batizando era composta era composta trinta  ou mais crianças  e ela  coitadinha ficou com os braços imobilizados e teve febre a tarde toda por conta do esforço feito.

Fui uma criança bem cuidada e amada pelos meus pais familiares e afins, o que não impediu de ser o sobejo da morte na primeira infância. Não fora uma volta a Luis Gomes aonde cheguei de pescoço escangotado, encardida e sem forças e quando passei a ser o grande amor da minha avó, que não resistindo à apresentação de mamãe que lhe disse  mamãe essa é sua netinha, abençoe-a. Desde esse instante abriu-me o coração,  onde me aboletei para sempre.

Graças a Melania, mulher de Camilo Soares e mãe de Salete a que era chamada de ¨Bulã ¨que ao ver-me naquele calamitoso estado disse Terezita  não fique com raiva, mas essa menina só escapa se tomar leite de peito dito e feito; tia Cássia ganhou a rua e descobriu todas as mulheres que amamentavam.  A troca de rapadura passei a deleitar-me com o leite arrecadado de acordo com a produção de cada uma, numa variação de dois dedos  a copo. Quando perguntada se queria mais a cabeça num meneio  afirmava sim. Depois desta fase e graças a esse leite abençoado  passei a gozar de uma saúde a toda prova, vida  a fora. Grata tenho  a felicidade de ainda hoje abraçar mãe Lucilia Fonsêca com mais de noventa anos e estender minha gratidão a estas mães de leite. Uma vez Basa que viveu mais de cem anos como minha tia Santa Rosa, me disse que bebi do leite dela, o que pode ter acontecido, pois embora  seu filho caçula Paulo seja, mas velho de que eu, algumas mães  amamentavam os filhos até seis ou sete anos.

Em Tenente Ananias mamãe  recebeu a visita de suas tias maternas madrinha Chiquinha Rosa moça velha  e Elvira  conhecida por  Poti  viúva  , com quem convivi muitos anos . Vieram a pé, com um jumento que carregava a bagagem e com um bastão alto para o apoio. Ao ver-me engasgando madrinha como era chamada prometeu-me uma medalha de São Braz para me proteger dos males da garganta. Não pode cumprir a promessa, pois morreu. Mamãe passou muito tempo com a sensação de sua presença.  Angustiada rezou para ela dispensado-a da promessa.

Na nossa casa de Ipoeira , enquanto seu tio  Osvaldo Cascudo receitava, ficava com mamãe o menino Jorge Ivan filho de sua Irmã Ozelita e Adolfo, que foi prefeito de Uiraúna PB. Mamãe dava-lhe banho comida e o botava para brincar ou dormir.

Quando do entêrro de papai, ao saber por Dehuel Diniz cunhado de Celene minha irmã, que ia para o sepultamento de Chico Patrício, acompanhou o amigo ao cemitério da saudade em Natal onde abraçando mamãe recordou as gentilezas e o conforto que lhe era proporcionado pelo casal  e , ainda disse ¨fui prefeito de Natal e você nunca me procurou nunca me pediu nada. Sei dos seus filhos eu teria lhe atendido! 

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30-08-2011 05:53

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Tópico: Blogue LITERATURA MEMÓRIAS

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