COMEMORAÇÃO

16-09-2011 13:57

 

COMEMORAÇÃO

Socorro de Figueiredo                          

 

 

É imensa a alegria de tê-los aqui reunidos para comemoramos os sessenta e nove anos de mamãe. A razão de suas presenças são os laços de sangue, de conterraneidade,da amizade e do bem querer.

Aqui presente nas filhas e netos representa os que lhe antecederam e os que lhe sucederão na sua trajetória de mulher serrana do alto oeste do nosso Estado. Não poderíamos deixar de evocar Zé Procópio, Regina e Malcô cordas pungentes e felizes  das nossas vidas. Chico Patrício seu eterno apaixonado, homem gentil por excelência nosso amado papai. Saúdo tio João e Cora representante da velha guarda do clã dos Patrícios de Alexandria, primos primas queridos, amigos de Luis Gomes RN, com quem dividimos momentos de emoção e alegria. Dona Guiomar vizinha amiga e pródiga, seus filhos companheiros de indescritíveis momentos de prazer e cumplicidade, Dona Chiquita, representando os Torquato, os Zéu, os Pachoal, aas Anesios, os amigos que fizemos em Natal que compõem esta maravilhosa colcha de retalho que é vida.

 

Agora lerei escrito por Patrícia Regina sua filha casula a estória de Terezita.

_ A estória desta festa começou a sessenta e nove anos quando numa véspera de São João nasceu, Terezinha Zélia de Jesus, primeira filha das segundas núpcias de Regina Fonseca e José Francisco de Brito, bebê prematuro de sete meses, no então frio de Luis Gomes, devido ao diminutivo tamanho e para manteira-na quentinha foi colocada numa caixa de sapato e aquecida com algodão, virou a atração da cidade, conduzida de casa em casa para desespero da sua mãe. Posteriormente juntaram-se a família suas duas irmãs Rita de Cássia na véspera da festa de Santana e Ana Emerique, chamada de Maicô na véspera de Natal.

 

Tereza para as irmãs era moçoila alegre e prendada , arrumava as noivas dos sítios cavando assim convites para arrasta=pés onde dançava até a madrugada,em mil novecentos e quarenta e sete chegou a Luis Gomes um agente fiscal (guarda) oriundo de Alexandria, rapaz de vinte oito anos, para muito já casado. Ao entrar em uma casa de comércio para comprar um vestido para Terezita (de Chico Pachaol) Dona Regina interrogou o forasteiro, hábito seguido por filhas e netos sabendo-o o solteiro prognosticou-lhe um breve casamento.

Tereza de Zé Procópio, aos dezoito anos   já havia recusado alguns pretendentes ,daí se escondendo na casa de uma amiga e de outro recusou uma proposta porque ele queria enviá-la para estudar na Escola Domestica.

Chico Patrício lançou-lhe olhares seguidos e estando entre suas amigas estratégia inequívoca lanço-lhe a isca, dezoito anos, quarenta e seis quilos, cabelos na moda, maquiagem discreta que realçava-lhe os bonitos lábios e o lindo nariz fisgando-o para sempre.

Em mil novecentos e quarenta e oito viraria Terezita de Chico Patrício, queria cazar-se sim num vestido branco chiquíssimo    mas não lhe permitiram as finanças , inovou um vestido rosa . Ora onde já se viu ? Padre Miguel não permitiu (noiva casa-se de branco e mangas compridas). Aceitou a imposição , mas inovou outra vez, o vestido era branco com mangas compridas , mas curto, a altura dos joelhos.

Na comemoração onde o primo Alvibar aos dois anos, de palito de borracha pedia a todos uma tassacinha , usou um lindo vestido rosa .

Anos passados, (nove gestação), seis filhos, muitos quilos a mais, abraçou a família Patrício, algumas desavenças, muitas alegrias, a presença marcante dos irmãos virou unanimidade,  sua vida é um livro aberto, para os sobrinhos do marido, nunca  foi Tia Terezita , mas sim Tetê de ¨Ti- Chico Tetê para o amado marido não era fácil não, fazia tudo que queria mesmo nas danações ele a apoiava o que as vezes causava ciúmes a esposa de maridos menos zelosos .

 

Homem sem vaidade não era muito ligado as datas, pouco afeito a comemorações , nunca deixou de celebrar aniversario da esposa com uma linda fogueira, homem sábio acarinhava a mulher pela boca demonstrava seu amor com fartura .

Preferências  declarada, mamãe foi sempre jogo aberto , gosta gosta não disfarça, boa boca , garfo de ouro na definição de Leonardo Carvalho adora festança  vamos a ela com sabores odores, que nos inebriam comer e beber.