DOMINGO

17-09-2011 17:43

 

Socorro de Figueiredo

 

Como me sinto feliz quando compartilho este dia, com meu amigo Franklin Jorge, conversamos, trabalhamos, comemos, viajamos e vivemos.

Nossa conversa é sobre pessoas que conhecemos,

seus problemas, suas dores suas alegrias e peculiaridades; outras são conhecidas só pôr ele ou só pôr mim. Mas sentimos que ao falarmos delas, através delas e das suas idissiocrasias e tudo mais é de nós que estamos falando na realidade. Conversamos sobre arte ai nos esquecemos do que nos aflige. Embarcamos de corpo e alma nos textos, nos romances, nos personagens, nas pinturas, nas peças, indo além na busca que foi empreendida pelo artista na sua riqueza interior, nos seus conflitos e nas suas contradições.

Com Franklin, aprofundo-me na grandeza e na pequenez da nossa condição humana.

Trabalhamos na correção do seu livro, o do momento. Paramos par rir, para analisar sob os mais diversos aspectos cada um dos entrevistados.

Sinto-me forte, me sinto feliz pelo prazer de ver este livro, com o autor, dissecá-lo e até sugerir mudanças na construção, eu que não sou uma escritora. Ele confia no meu julgamento, incentiva-me e cobrando-me o exercício da escrita. Paramos cansados e felizes. Partiremos para o prazer da degustação, tomamos uns drinques acompanhados de pequenos acepipes, sinto a alegria e o prazer de Franklin em prepará-los e a sua ansiedade de minha aprovação. Preguiçosamente e prazerosamente degustá-los e aprecio o ir e vir de Franklin. Não quero ver o que ele está criando, pois quero curtir, usufruir a supresa do sabor; do cheiro, das cores, da beleza do que ele prepara. Pomos a mesa. Conversamos, sinto que neste momento estamos absolutamente feliz, completos, cheio, plenos. Vamos comungar um momento de criação, é o supremo deleite da arte de cozinhar. Almoçamos frango defumado ao molho de maçãs verde. Depois... Um café temperado com especiarias, enriquecidos pôr um bom licor.

 

Hora de nos estirarmos, jiboiarmos, vamos para sua cama, emoldurada pôr livros, continuamos nossa conversa, languidamente escuto-o lendo Luisa Mercedes Lewinson, a argentina que ele idolatra, interrompo-o, faço alguma colocação , concordo, discordo, sinto que vivo um momento de perfeição, plena cheia de graça, hora de partir. Começo a sentir o prazer do próximo domingo, que necessariamente não será o próximo.  Plena cheia de graça, hora de partir. Começo a sentir o prazer do próximo domingo, que necessariamente não será o próximo.